Ensaio: Fusca 1963 (Ricardo)

Um amigo do fórum da equipe HotVolks mandou o seguinte comentário sobre o belo Fusca 1963 que você conhecerá nesta matéria quando o viu com as novas rodas, que substituíram rodas de ferro originais: “Ficou lindo! Five Spokes em Fusca é igual Orbital em Gol quadrado, sempre dá bom resultado.” Até certo ponto eu concordo com essa opinião, pois essas clássicas rodas realmente casam bem na maioria dos projetos, mas o belo visual do 63 de Ricardo Carvalho é resultado do bom gosto do proprietário, que formou um conjunto único em seus detalhes sem ser desnecessariamente chamativo. Prova disso é que durante o último evento do Dia Nacional do Fusca em Curitiba, Ricardinho (o diminutivo no nome tem um motivo que poderão conferir na foto do proprietário ao lado do carro... rsrsrs) decidiu comprar um novo jogo de rodas para seu besouro. Eu e alguns outros colegas achávamos que o visual já estava perfeito e qualquer mudança poderia ser um risco, mas ainda bem que ele não teve o mesmo pensamento que nós e arrematou do pessoal da Rally Som um jogo de rodas da marca Empi modelo Tork, com acabamento grafite, não muito utilizado no Brasil, com tala 5” na dianteira equipadas com pneus Khumo 155/60R15 e 5,5” na traseira com borrachudos Michelin 195/65R15 e o belo resultado você pode conferir em detalhes nas imagens deste ensaio.

O visual limpo da imaculada carroceria é resultado da cuidadosa escolha de cada componente, evitando excessos de cromados ou acessórios, a começar pela cor da carroceria, um discreto tom chamado Azul Pastel. Todos os frisos originais estão lá, assim como os galões brancos impecavelmente alinhados.  As únicas coisas que não saíram de fábrica mas não são estranhas no ninho, pois tratam-se de acessórios ou equipamentos originais de modelos mais antigos ou importados, são as gravatas de buzina do modelo europeu e as lanternas dos Fuscas fabricados entre 55 e 61.

Para garantir uma pitada de insanidade ao visual old school, Ricardo adotou uma suspensão com quadro dianteiro encurtado em 8 cm de cada lado e 2 catracas, além de facão retrabalhado na traseira, ambos serviços executados pela oficina do Alexandre, a conceituada Katraka, que deixam o carro com uma altura que castiga constantemente a caixa de estepe nas inúmeras crateras que encontramos em nossa pavimentação lunar. Um valente motor 1500 é o responsável por levar o 63 a todos lugares.

O capricho nos detalhes, que em projetos como esse fazem toda diferença, está em evidência também no interior do carro e segue a mesma linha do exterior: porta trecos de bambu abaixo do painel, pedaleiras, alavanca de câmbio e cesta porta copos/objetos EMPI e para fechar com chave de ouro, um item que deixa 99,9% dos loucos por Fusca babando de inveja: um belo, raro e caro volante da marca Flat 4 modelo Banjo, que tem uma qualidade de construção e nível de detalhes realmente incríveis, sendo que todos estes itens foram adquiridos na loja Restaurakar, do amigo e fusqueiro André Takeda. O cuidado é tanto que até o porta-malas dianteiro do besouro é estiloso, com direito a revestimento em tecido e uma mala antiga para carregar ferramentas. 

Este belo exemplar prova que para obter um bom resultado não existe fórmula pronta, o que deve sempre existir é critério e bom gosto.